Sabia que se ficasse, teria que aceitar todas as inconveniências diárias.
O mau-humor, o café frio, o excesso de frescuras, os cabelos no banheiro, a onipotência (principalmente na cozinha), o excesso de sapatos... e tudo mais.
Mas não era fácil deixar-se ir.
Não era fácil tentar.
Não era fácil buscar novos outros, gostos, sons...
Então, era ficar.
Aceitar para sempre o inaceitável.
Aceitar a dor de permanecer no que não era para ser, mas era.